Tenho minha “liberdade”.
É o que dizem.
Mas será isso verdade?
Só vou se permitirem?
Sou feito passarinho,
Posso sempre voar,
Mas próxima deste ninho
Devo sempre estar
Onde possam me vigiar.
Com os olhos presos em mim,
O semblante de desaprovação
Prevejo que até no meu fim
Precisarei pedir permissão.
Esta gaiola encantada
Trapaceia e me apunhala
Me sufoca nessa cilada
Silencia o meu canto
Enquanto os abutres
se alimentam do meu pranto.
As grades dessa prisão
São invisíveis aos olhos
Mas não ao coração
Maldita gaiola sem grade
Malditas algemas de desaprovação
Maldita falsa liberdade
Que me sentencia à solidão.
